A pirâmide populacional do Brasil tem sofrido mudanças importantes nas últimas 3 décadas, com um aumento considerável da população de idosos devido aos melhores cuidados com a saúde, com redução de doenças preveníveis e elevação da prevalência de doenças crônicas.
Apesar dessa mudança epidemiológica, ainda temos muito o que aprender e mudar para melhorar os cuidados com os idosos. Leis, profissionais e instituições de saúde precisam se adequar a essas mudanças.
A tecnologia mobile já faz parte das nossas vidas, como unha e carne. Usamos  nossos smartphones no dia a dia para absolutamente tudo. Aplicativos voltados para saúde e bem estar, softwares de videoconferência, relógios integrados com o nosso corpo, e redes sociais são uma realidade que , apesar de virtual, tem se tornado cada vez mais real, e mais proeminente para o ser humano. Contudo, a sua utilização por grande parte da população idosa ainda é um desafio.
 
Para os idosos, muitas vezes o uso dos smartphones, computadores e tablets se torna difícil pelas limitações físicas, principalmente as visuais. Além disso, muitos acham que esse tipo de “coisa” não tem utilidade na vida deles. Essa realidade vem mudando a passos largos nos últimos anos, com a inclusão digital de cada vez mais pessoas da terceira idade, seja através de adaptações de smartphones para idosos, ou pela percepção de que a tecnologia pode ser uma grande aliada na manutenção da saúde mental, na conexão com parentes distantes, e até mesmo em tratamentos de doenças.
Nos Estados Unidos por exemplo, cada vez mais idosos tem utilizado a tecnologia mobile para se conectarem com seus médicos, evitando deslocamentos desnecessários e dispendiosos em termos financeiros e físicos.
Uma recente publicação do jornal Estado de São Paulo no dia 9 de Julho deste ano colocou em foco essa questão ao analisar o emprego das tecnologias digitais na reabilitação e no tratamento de doenças neurodegenerativas. O objetivo principal não é a cura, e sim a melhora na qualidade de vida e na interação desses pacientes com o mundo.
Algumas casas de repouso que abrigam idosos em São Paulo já vêm utilizando  smartphones,  notebooks e tablets para realizar videoconferências com parentes distantes, avaliações médicas  e até mesmo jogos interativos para estimular a memória. Videogames com interação corporal como xbox e wii tem sido usados como atividade fisioterápica para que os pacientes alcancem maior estabilidade corporal, e menores índices de queda.
Portanto, percebe-se diante desse cenário que o uso da tecnologia na terceira idade tem deixado de ser um tabu, para se tornar parte da vida de muitos idosos, que antes se sentiam isolados desse mundo estranho onde as pessoas se conectam por aparelhos, e agora percebem que estão também conectados e inseridos nesse contexto digital.