O Câncer de colo de útero é o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres e tem um pico incidência entre entre 40 e 60 anos, estando relacionado de forma marcante ao nível socioeconômico, atingindo principalmente aqueles que possuem maior vulnerabilidade social. Atualmente, o Câncer de colo uterino perfaz 15% de todos os tipos de câncer ginecológicos, e apesar da prevenção ser totalmente possível, inclusive através da vacinação de meninas e meninos no início da puberdade, ainda é responsável por um grande número de morte de mulheres todo ano.

Existem diversas barreiras para o tratamento e prevenção do Câncer de colo de útero, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Dentre elas as dificuldades de acesso a saúde, a exames diagnósticos preventivos adequados e a especialistas, são primordiais nos desfechos clínicos desfavoráveis.

Alguns estudos tem demonstrado que o uso da tecnologia mobile como smartphones, e tablets para anotação de dados referentes as consultas preventivas, pode ajudar no acompanhamento dessas pacientes, disponibilizando de forma segura os dados clínicos a qualquer hora, em qualquer lugar. Basta apenas uma conexão de qualidade boa a ótima. Um trabalho publicado no início de abril deste ano na revista Telemedicine and E Health revela que um aplicativo simples criado para coleta de dados clínicos e fotos dos exames preventivos, teve ótimas repercussões nos desfechos clínicos das pacientes, e na qualidade de informação transmitida aos médicos.

Levando-se em consideração o avanço tecnológico percebido nos meios de telecomunicação, as videoconferências tem facilitado a avaliação de especialistas nesse tipo de câncer para as pacientes que vivem em locais distantes, ou que se encontra em situação de vulnerabilidade social, seja nas ruas, presídios, ou até mesmo em campos de refugiados.

Devido a todos os fatores benéficos que a tecnologia pode trazer pára melhorar a vida das pessoas, principalmente daqueles que mais precisam, fica a seguinte pergunta: Será mesmo que a tecnologia virá a ser usada para poucos individuos com dinheiro? Será que a democratização tecnológica não é suficiente para distribuir de forma equilibrada os cuidados basicos com a saúde populacional? Talvez em alguns países esse raciocínio de utilização social da tecnologia em saúde ainda não esteja completamente formado, o que dificulta a aplicação de medidas práticas, simples e baratas para aliviar as dores e os medos daqueles que sofrem de doenças sem ninguém para escutar, ou cuidar. Sigamos com esperança de que isso ocorra, e que possamos contribuir para esse futuro.