INTRODUÇÃO 
O AVC , apesar das medidas de prevenção  e do maior acesso ao tratamento, permanece sendo a segunda causa de morte em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, levando muitas vezes a graves incapacidades e elevadíssimos custos com a saúde na rede pública e privada.
A falta de especialistas, além da ausência de estrutura e treinamento são os principais fatores que impedem o tratamento efetivo do AVC na fase aguda. Atualmente em São Paulo, uma das cidades mais ricas do Brasil, 2 em cada 10 hospitais estão preparados para o atendimento do AVC na fase aguda. Issl retrata a disparidade de tratamento que vive a nossa população.
O TELE AVC 
A telemedicina desde 1999 tem sido utilizada como uma forma de preencher os gaps entre os pacientes com AVC na emergência e os neurologistas, principalmente em áreas remotas e zonas rurais.  Desde então, a evolução tecnológica trouxe cada vez mais segurança para as avaliações por telemedicina. Os estudos tem demonstrado atraves de algumas metanálises que não há diferenças entre a avaliação presencial, ou por telepresença. Esses trabalhos reforçam o cenário atual, onde diversos hospitais,  que não possuem neurologistas de plantão, ou por falta de profissionais ou por questões financeiras,  estão optando pela Teleneurologia como alternativa factível e eficiente no tratamento das desordens neurológicas agudas.
A REALIDADE NO MUNDO
Nos Estados Unidos por exemplo, desde dezembro de 2017, o governo incentiva a criação de programas de telemedicina com atendimento de especialistas no intuito de ajudar a suprir a demanda do interior do país, e o TeleAVC tem sido a força motriz desse programa governamental americano. Com isso eles pretendem reduzir consideravelmente as taxas de mortalidade e morbidade relacionadas ao tratamento do AVC na fase aguda.
No Canadá a telemedicina para o tratamento de emergências neurológicas se tornou essencial, pois existem barreiras geográficas importantes e escassez de especialistas em relação a sua base populacional. Por lá,  a teleneurologia com o TeleAVC também fazem parte dos requisitos de acreditação internacional dos hospitais.
Em alguns países da Europa como a Inglaterra e Alemanha , a teleneurologia já é  usada principalmente nas emergências e em nível ambulatorial. O desenvolvimento do teleAVC tem sido exponencial, com a criação de algumas ambulâncias  adaptadas com tomografias portateis, alem de equipamentos de telemedicina para avaluacal em tempo real de casos com suspeita de AVC, acelerando o tratamento de uma condição onde tempo perdido significa neurônios mortos.
A REALIDADE NO BRASIL
No Brasil a teleneurologia tem sido cada vez mais utilizada para acelerar a terapia do ABC na fase aguda, principalmente nos hospitais públicos e naqueles ligados à universidades. Contudo, ainda é preciso avançar muito nessa área.  A grande maioria dos hospitais não possui a ferramenta, e além disso a maioria dos gestores não conhece seus benefícios e sua regulamentação de forma completa e correta. Nos hospitais particulares, nos últimos 3 anos houve um aumento no uso da telemedicina voltada para o AVC, mas ainda insuficiente para suprir as necessidades das grandes redes hospitalares..
A palavra chave para o processo de implantação, e de quebra de barreiras culturais da gestão,  é  a educação continuada nesse assunto, com a promoção de eventos, cursos, e publicação de trabalhos no nosso território nacional, que revelem o verdadeiro diagnóstico da telemedicina no Brasil.
Enquanto isso, ainda temos números que revelam que o AVC permanece como segunda causa de morte no Brasil, e primeira entre as mulheres. Com um atendimento rápido e estruturado, poderia os eliminar no mínimo 30% desses óbitos.  O TeleAVC está disponível justamente para trazer benefícios nesse tipo de tratamento.
 
PERSPECTIVAS 
O futuro está delineado pelas raias do presente. Para que possamos ter perspectivas de crescimento da telemedicina  e em especial do teleAVC no Brasil, é necessário definir uma forma de financiamento adequada para esse tipo de atendimento  além é claro de preparar os profissionais de saúde, gestores e pacientes para a introdução dessas mudanças. Somos hoje o segundo pais que mais utiliza tecnologia mobile com smartphones no mundo. Temos vivido a ampliação dos serviços de internet banda larga, e uma democratizacao maior dos meios digitais. Isso com certeza cria terreno fértil para o florescimento de novas interações entre médicos, pacientes, operadoras de saúde e hospitais. Precisamos  trabalhar para que a tecnologia traga melhorias aos cuidados com a saúde, e não apenas custos mais elevados. Não  podemos nos esquecer de que o futuro, já chegou, e que precisamos criar nele um sistema de saúde melhor para todos.