Em breve, no dia 7 de outubro, teremos eleições presidenciais. O novo presidente terá desafios gigantescos na área econômica, com os ajustes fiscais, e também na área da saúde com a equalização dos serviços, e melhor distribuição dos cuidados médicos com infraestrutura adequada e investimentos em medidas preventivas e educacionais.

A nossa realidade referente ao acesso aos cuidados com a saúde reflete a desigualdade secular que acompanha a sociedade brasileira, onde muitos tem acesso a pouco ou quase nada, e poucos tem acesso a muito ou quase tudo. Chega a ser paradoxal. A distribuição de médicos generalistas, e de forma ainda mais contundente de especialistas é ainda muito polarizada entre as regiões sul e sudeste, deixando as regiões norte e nordeste com acesso restrito a determinados serviços de saúde.

Além da distribuição desbalanceada de médicos , existe também um desequilíbrio em torno dos investimentos realizados pelo governo federal, ou até mesmo da falta deles, principalmente em infraestrutura e tecnologia.

É claro que o desenvolvimento de pessoas e profissionais capacitados é essencial para que o serviço de saúde funcione no plano da excelência. Contudo, o emprego de algumas tecnologias, entre elas a telemedicina, pode fazer a diferença no cuidado de quem não tem acesso a profissionais especializados, ou a exames específicos.

No Brasil ainda não há fomento por parte do governo em relação ao tema telessaúde,ao contrário dos Estados Unidos e Canadá, onde já existem subsídios governamentais estimulando a expansão da telemedicina no interior do país. Leis federais foram criadas recentemente nos Estados Unidos para a implementação do ensino de telemedicina na formação médica durante o período da residência de neurologia e cardiologia. Esses fatos demonstram o aquecimento do mercado internacional de telessaúde, e a profissionalização cada vez maior desse setor.

A cultura de inovação ainda parece afrontar a mente de muitos gestores no Brasil. O investimento em novas tecnologias, e ideias disruptivas tem uma taxa 8 vezes menor do que em países como Canadá, China, Estados Unidos e Japão. Estamos na 64º posição no ranking internacional de inovação, o que acompanha de forma consistente os índices de educação do Ideb divulgado ha 2 meses.

Para que possamos fortalecer o mercado de telessaúde no Brasil, precisamos unir forças, para assim conseguirmos leis que facilitem a implantação da telemedicina, e estimulem o investimento na área. Regulamentações arcaicas dos conselhos profissionais precisam ser revistas diante das novas formas consolidadas de interação humana, onde o online e off line se cruzam, onde estar junto nem sempre significa estar perto.